quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O Homem: Ser Biocultural

"Dizer que o Homem é um ser biocultural não é simplesmente justapor estes dois termos, mas mostrar que eles se co-produzem e que desembocam neste dupla proposição"



O Homem é um ser simultaneamente biológico e cultural, pois é constituído tanto por aspectos biológicos como culturais. O Homem é um ser biológico uma vez que faz parte da natureza. Como tal, apresenta características comuns aos outros seres vivos: comer, andar, deitar, brincar, acasalar, procriar, defecar, etc. Ao mesmo tempo, o Homem é também um ser cultural, pois possui cultura. Ao contrário dos outros animais, que nascem já adaptados à natureza e agem por instinto, o Homem cria, aprende a cultura para se adaptar ao meio e sobreviver. Não age apenas por instinto mas de acordo com a cultura que adquire na sociedade. 
Assim, o Homem é um ser bio-cultural. Em tudo o que ele faz, há interferência de factores biológicos e culturais. Como exemplo disso temos o acto de comer: é um comportamento biológico e ao mesmo tempo uma manifestação cultural. Por exemplo, comer é um acto biológico (ingerir o alimento, mastigar, engolir) e ao mesmo tempo uma manifestação cultural (preparar a comida, usar talher e prato, sentar à mesa, usar guardanapos, etc.).






Psicologia do Desenvolvimento


Estudar o desenvolvimento humano implica no estudo dos aspectos físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social. Este estudo refere-se ao desenvolvimento mental e ao desenvolvimento orgânico. Entendido na sua globalidade, o desenvolvimento pode ser dividido em quatro aspectos, para facilitar o estudo. 
Os aspectos são:


  • Aspecto físico-motor: é a consideração do crescimento orgânico, da maturação neurofisiológica, da capacidade de manipulação de objetos e do exercício do próprio corpo. Exemplo: a criança que consegue procurar um brinquedo debaixo da cama por já conseguir coordenar os movimentos das pernas, pés, tronco, braços e mãos.



  • Aspecto intelectual: é a capacidade de pensar, de raciocinar. Exemplo: A criança para alcançar um pacote de bolachas em cima do armário, usa um banco para alcançar as bolachas, ou seja, como percebeu que sua altura não era suficiente para alcançá-las, calculou sua ação através do uso de uma ferramenta (o banco) e conseguiu realizar a ação.



  • Aspecto afetivo-emocional: é o modo particular de cada indivíduo integrar as suas experiências, é o sentir. Exemplo: o medo da criança perante o comentário da professora no desempenho de uma atividade, a alegria de receber um presente.



  • Aspecto social: é a maneira como o indivíduo reage diante das situações que envolvem outras pessoas. Exemplo: na sala de aula, é fácil observar que algumas crianças procuram outras para a realização de suas tarefas enquanto outras permanecem sozinhas. 












É fundamental observarmos que o desenvolvimento humano é determinado pela interação de vários fatores. Até o comportamento mais simples costuma resultar de muitas influências distintas.
Esses fatores são:

  • Hereditariedade – A carga genética herdada dos pais biológicos da criança estabelece o seu potencial de desenvolvimento. Entretanto, essas potencialidades poderão ou não se desenvolver de acordo com os estímulos adquiridos do meio ambiente. Por exemplo, existem algumas pesquisas que mostram os aspectos genéticos da inteligência. Porém, a inteligência pode ou não se desenvolver, além do seu potencial, ou seja, vai depender também das condições do meio que se encontra.

  • Crescimento orgânico – Aplica-se ao aspecto físico. À medida que a criança vai se desenvolvendo fisicamente, como o aumento da altura e estabilização do esqueleto, é consentido que ela veja o mundo de uma forma que antes não era possível. Outro fator importante de ser levado em consideração é a variável biológica, por exemplo, falta de oxigênio durante o processo de nascimento e desnutrição.

  • Maturação Neurofisiológica - É o que torna possível determinados padrões de comportamento. Por exemplo, a alfabetização da criança, depende desta maturação. O aluno para ser, adequadamente alfabetizado deve ter condições de segurar e mover um lápis com habilidade para escrever ou rabiscar, para tal, é necessário um desenvolvimento neurológico que uma criança de dois anos ainda não possui.


  • Meio Ambiente - Conjunto de influências e estimulações ambientais que alteram os padrões de comportamento do indivíduo (Ambiente sociopsicológico imediato e cultural no qual a criança se desenvolve). A aprendizagem passada para a criança, como: Uma criança muito estimulada para a fala pode ter um vocabulário excelente aos três anos e não subir escadas da forma mais correta porque não vivenciou isso, ou seja, não foi estimulada para esse tipo de ação.

Conforme notamos, o desenvolvimento humano é, em qualquer momento, um produto da interação contínua da hereditariedade e da influência do meioÉ importante entendermos que as influências biológicas e ambientais atuam sempre em conjunto. 


A teoria do desenvolvimento humano de Jean Piaget

O pesquisador suíço sempre acreditou que o principal objetivo da inteligência é ajudar as pessoas na sua ambientação ao meio em que vivem. A teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget sugere que as crianças passam por quatro estágios diferentes de desenvolvimento mental. A sua teoria concentra-se não apenas na compreensão de como as crianças adquirem conhecimento, mas também na própria natureza da inteligência.

Fase sensório-motora: Nascimento até cerca de 2 anos

Durante este estágio, as crianças aprendem sobre o mundo por meio dos seus sentidos e da manipulação de objetos. A principal conquista durante este estágio é a permanência do objeto, ou seja, saber que um objeto ainda existe, mesmo que não possa vê-lo. 
Isso requer a capacidade de formar uma representação mental dos objetos.

Fase pré-operacional: De 2 a 7 anos

Durante esse estágio, as crianças desenvolvem a imaginação e a memória. Elas também são capazes de entender a ideia de passado e futuro, e interpretar as coisas simbolicamente.
O pensamento nessa fase ainda é egocêntrico, desse modo, a criança tem dificuldade em ver o ponto de vista dos outros.

Estágio operacional concreto: 7 a 11 anos

Durante esse estágio, as crianças tornam-se mais conscientes do sentimento dos outros e dos eventos externos. Elas vão se tornando menos egocêntricas, começando a entender que nem todos partilham dos seus pensamentos, crenças ou sentimentos.
Para Piaget, esse estágio é um grande ponto de virada no desenvolvimento cognitivo da criança, pois marca o início do pensamento lógico ou operacional. Isso significa que a criança pode resolver as coisas internamente na sua cabeça, em vez de apenas fisicamente.

Estágio operacional formal: 11 anos ou mais

O estágio operacional formal começa aproximadamente aos onze anos e dura até à idade adulta. Durante esse estágio, as crianças são capazes de usar a lógica para resolver problemas, planear o seu futuro e ver o mundo ao seu redor.



Os componentes básicos de sua teoria

Piaget acredita que as crianças assumem um papel ativo no processo de aprendizagem, agindo como pequenos cientistas enquanto realizam experiências, fazem observações e aprendem sobre o mundo. À medida que as crianças interagem com o mundo ao seu redor, elas vão adicionando novos conhecimentos, baseando-se no que já conhecem e adaptando ideias anteriores. Deste modo, o desenvolvimento cognitivo seria uma reorganização progressiva dos processos mentais, que evolui de acordo com a maturação biológica e a experiência ambiental.



Beatriz Lopes nº 7
Beatriz Pereira nº 8









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