quinta-feira, 26 de março de 2020

A Mente


O que é a mente?

A mente :: Portefólio de Psicologia B 
A mente é o conjunto que integra os processos cognitivos, emocionais e conativos.

O cérebro é a base fisiológica da mente, mas o seu conhecimento especializado não é suficiente para esclarecer os processos que nela ocorrem.

No entanto, a mente era perspetivada como um conjunto de componentes cognitivas ou intelectuais, independentes umas das outras.

Tinha-se uma conceção muito restrita de mente, associando-a a funções meramente cognitivas, independente do corpo, da sensibilidade e  das emoções.

As conclusões dos estudos feitos pelos neurocientistas atestam a que a mente é um sistema de interações organizadas de modo complexo.
Estas conclusões conduzem também a um conceito mais alargado de mente, agregando processos intelectuais, afetivos e conativos.

Contextualização...

Durante muito tempo, associou-se o conceito de mente à dimensão cognitiva do ser humano. Falar em mente humana era sinónimo em falar de raciocínio, dedução, abstração, juízos e conceitos.

Com o passar do tempo, compreendeu-se que o funcionamento mental não se reduz à dimensão cognitiva, à produção racional, abstrata dos conhecimentos.
 Constatou-se que a mente humana implicava também as emoçōes, os sentimentos, a afetividade e a ação. 


A mente passa então a ser encarada como um sistema que integra tanto processos cognitivos, como processos emocionais e conativos

É uma manifestação total de processos dinâmicos que interagem constantemente de forma complexa: os processos mentais implicam-se mutuamente de forma integrada.

Por que o Behaviorismo?

Funcionamento dos 3 processos mentais:

  • Processos cognitivos: relacionados com o saber, com o conhecimento, reportam-se  à criação, transformação e utilização da informação do meio interno e exterior. Associam-se  à questão “O quê?”. No âmbito dos processos cognitivos, estuda-se a perceção, a memória e a aprendizagem.


  •  Processos emotivos: relacionados com o sentir. São estados vividos pelo sujeito caracterizados pela subjetividade. Correspondem às vivências de prazer e desprazer e à interpretação das relações que temos com as pessoas, objetos e ideias. Estão associados à questão “Como?”. No âmbito dos processos emotivos, são estudados os conceitos de emoção,  afeto e sentimento.

  • Processos conativos: relacionados com o fazer, expressam-se em ações, comportamentos. Correspondem à dimensão intencional da vida psíquica. Estão associados à questão “Porquê?”. No âmbito dos processos conativos, são aprofundados os conceitos de intencionalidade, tendência e esforço de realização.

“Posso fechar os meus olhos e, numa fracção de segundos, pensar em estrelas."


Mariana Pereira, n.24
Mariana Sá, n.22


Série de Freud

Boa tarde 12°C, passei aqui para informar que saiu uma série muito fixe sobre Freud, com 8 episódeos que abordam 8 temas diferentes.
Freud iniciou seus estudos pela utilização da técnica da hipnose no tratamento de pacientes com histeria, como forma de acesso aos seus conteúdos mentais. Ao observar a melhora dos pacientes tratados pelo médico francês Charcot, elaborou a hipótese de que a causa da histeria era psicológica  e não orgânica. Essa hipótese serviu de base para outros conceitos desenvolvidos por Freud, como o do inconsciente.
(Disponível na Netflix)
Abraço e bom isolamento profilático a todos.





quarta-feira, 25 de março de 2020

A PSICANÁLISE, O SONHO E A PSICOLOGIA




O SONHO

  • processos psíquicos vitais
  • experiências subjetivas



 Criados através da relação do nosso mundo interior com o exterior.


 

        Função: Regular e equilibrar a nossa vida.


                      Forma de comunicação com nosso inconsciente e também com o inconsciente coletivo.



O sonho começou a ser objeto de estudo da com Freud – é um marco importante dessa inserção no campo científico é sua obra “Interpretação dos sonhos”, de 1899. A partir daí o sonho foi considerado uma forma de comunicação do nosso subconsciente, e eventualmente a ser estudado por outros cientistas, posteriormente.




Segundo a teoria freudiana, os sonhos revelam desejos emoções ocultas. Freud explicou os sonhos como sendo manifestações dos desejos e ansiedades mais profundas, muitas vezes relacionados a memórias ou obsessões reprimidas da infância. Além disso, ele acreditava que praticamente todos os tópicos sobre sonhos, independentemente de seu conteúdo, representavam a liberação da tensão sexual

Outras teorias proeminentes sugerem que os sonhos auxiliam na formação da memória, na solução de problemas ou simplesmente são um produto da ativação cerebral aleatória.




SIMBOLOGIA NOS SONHOS:

O inconsciente está em constante movimento: às vezes queremos fazer uma coisa e fazemos outra, às vezes queremos uma palavra e achamos muitas outras – menos a que procuramos. Quando dormimos não é diferenteA construção do sonho não se dá  de forma linear e clara, pois nosso inconsciente está sempre em ação, o desconhecido, as sombras, aquilo que rejeitamos. Aquilo que ainda não tomamos consciência, aquilo que reprimimos, muitas vezes aparece no sonho através de um simbolismo estranho e confuso. É como um novo pedido que fazemos a nós mesmos sobre os assuntos que valem a pena olharmos com outra perspetiva.


Os sonhos são criação nossa, falam de nós mesmos, do que estamos a viver, das nossas tarefas do momento, das nossas angústias e dos nossos planos futuros, é a 
comunicação com os aspetos inconscientes de nós mesmos.

Despertam a capacidade de produzir novas 
respostas às situações.  Existem cientistas que antes sonharam com determinadas fórmulas e depois resolveram 
conscientemente, por exemplo.

Dar atenção aos sonhos é dar atenção a nós mesmos. Aumentamos a nossa capacidade de autoconhecimento, aprendemos sobre nós com o nosso inconsciente.




TIPOS DE SONO:


Não lembrar dos sonhos pode acontecer por simplesmente não dar atenção a eles. Quando dormimos, vamos mergulhando em níveis de sono: o sono NREM (No Rapid Eye Movements) e  o sono REM (Rapid Eye Movements)  é o quinto estágio e o mais profundo deles. Portanto, considerando o aspeto neurológico, ao atingir este nível temos mais hipóteses de lembrar do que sonhamos. Mas isto não é regra, apenas uma contribuição neurológica, pois podemos lembrar de sonhos em níveis de sono leve.



Não lembrar dos sonhos não é necessariamente considerado um problema, mas lembrá-lo é, sim, um sinal de saúde mental




O DIFERENCIAL DA PSICOLOGIA ANALÍTICA

Durante os anos de 1907 e 1913, Jung trabalhou com Freud, o criador da  Psicanálise.


Devido a divergências entre as personalidades e convicções de cada um, separaram-se.  Jung criou a Psicologia Analítica. Em 1916 ele escreveu o primeiro texto sobre “A função transcendente”, o qual fala sobre a capacidade do psicológico se transformar a si mesmo, transcender a si mesmo à medida que fala entre os opostos (consciente e inconsciente, luz e sombra) rumo à versão completa do Ser. A Psicologia Analítica Junguiana é uma linha que trabalha com o Ser de forma integralcorpo, mente e espírito. Além do inconsciente pessoal de cada um, amplia-se o olhar para a existência de um inconsciente coletivo, uma teia de que todos fazemos parte e somos influenciados mutuamente. Além dos sonhos, as artes, a alquimia, os arquétipos, a sincronização são temas abordados através desta abordagem.



4 TIPOS DE SONHO 

(tabela criada por Jung, baseada na interligação do consciente com o inconsciente).
·        O primeiro indica um tipo de sonho tipicamente consciente, de um evento ou situação vivido no dia anterior.
·        O segundo advém de um conflito entre a posição do consciente e a posição do inconsciente.
·        O terceiro significa a forma com que determinados conteúdos inconscientes interferem na consciência, a fim de modificá-la.
·        O quarto é mais raro, são os chamados de ‘grandes sonhos’. Eles servem de orientação para toda uma fase da vida da pessoa e incluem os sonhos de infância e também os decisivos.



E  OS SONHOS PREMONITÓRIOS?
Na opinião dos psicanalistas, eles não são comuns, mas são possíveis. “Apenas pequena parte dos sonhos é de premonições, podendo revelar situações muito antes de acontecerem. Aquilo que conscientemente deixamos de ver é, quase sempre, captado pelo inconsciente, que pode transmitir a informação através do sonho. Só saberemos se é ou não uma premonição com o tempo. Por isso, podemos interpretar o sonho como uma premonição, mas precisamos levar em conta também a sua simbologia”. 




E SE O MESMO SONHO SE REPETIR POR MUITOS ANOS? 

Pode ser:
·        situações emocionais importantes que precisam ser resolvidas, que ainda não conseguimos dar conta ou resolver internamente;
·        Pode ser uma experiência de abandono, de agressão, ou de culpa;

O sonho fala-nos da nossa vida emocional e mental. Portanto, se os levarmos a sério, possivelmente teremos um indicador das situações que nos estão a afetar.



SONHOS COMO PROCESSO COGNITIVO  


Calvin S. Hall propôs que os sonhos são parte de um processo cognitivo no qual eles servem como “conceções de elementos de nossas vidas pessoais. Hall procurou temas e padrões ao analisar milhares de diários de sonhos dos participantes, criando, sistema de codificação quantitativa que dividiu o que está em nossos sonhos em várias categorias.
De acordo com a teoria de Hall, interpretar sonhos requer conhecimento:
  • As ações do sonhador dentro do sonho;
  • Os objetos e figuras no sonho;
  • As interações entre o sonhador e os personagens no sonho;
  • Configuração, transições e resultados do sonho.

O objetivo final dessa interpretação dos sonhos não é entender o sonho, mas sim compreender o sonhador.



TODAS AS PESSOAS SONHAM... 

inclusive os bebês. Numa única noite, uma pessoa pode ter um único sonho ou ter muitos sonhos diferentes. 
No mínimo, uma pessoa sonha durante 90 minutos. Algumas vezes, os sonhos podem ocupar mais de duas horas. Por isso, cientistas afirmam que uma pessoa pode passar até 6 anos de sua vida sonhando.
Em média, uma pessoa sonha de 4 a 7 sonhos diferentes em uma única noite. 95% deles são incompreensíveis e impossíveis de lembrar depois que despertamos. No entanto, outros são muito claros e costumam ficar na memória
Os sonhos podem ter naturezas variadas, como ser assustador, excitante, mágico, melancólico, aventureiro ou sexual. Os eventos nos sonhos geralmente estão fora do controlo do sonhador, com exceção do sonho lúcido, onde o sonhador é  autoconsciente. Os sonhos podem, às vezes, fazer com que um pensamento criativo ocorra à pessoa ou dê uma sensação de inspiração.



Beatriz Lopes nº7
Beatriz Pereira nº8


terça-feira, 24 de março de 2020

Fases do Sono


          Uma boa noite de sono é essencial para ter uma vida saudável, sendo uma necessidade biológica. O corpo humano, no seu ciclo de sono, que começam desde o momento em que a pessoa adormece e vão progredindo, cada ciclo dura cerca de 90 minutos e podem ser divididos em fases.

Um adulto tem entre 4 a 5 ciclos de sono por noite, o que acaba por fazer as 8 horas de sono necessárias.



*A fase 1 e 2 repetem-se só após o terceiro ciclo, quando desaparece a fase 3.



Fase 1/ Latência do sono:

É o estágio mais leve que se inicia no momento em que se fecha os olhos e é normal acordar com mais facilidade. Este dura, em média, 10 minutos e, por vezes, há a “sensação de estar caindo”.



Fase 2/ Sono leve:

Período onde o corpo está mais relaxado, mas a cabeça ainda está atenta, por isso é fácil acordar com pequenos barulhos ou movimentos. Dura cerca de 20 minutos e a frequência cardíaca e a temperatura corporal começa a diminuir.


Fase 3:

É a transição do sono leve para o profundo, onde o corpo fica totalmente relaxado e os estímulos externos não afetam tanto, mas ainda não existe sonho (mente está desligada e o corpo trabalha na recuperação dos danos do dia).


Fase REM/ Sono Profundo/ Rapid Eye Movement (“movimento rápido dos olhos”):




Fase mais difícil de alcançar e o não deve ser interrompido dado que o corpo relaxa totalmente e onde acontecem os sonhos e as chamadas “paralisias do sono” (bloqueio dos neurônios motores para que o corpo não reproduza os movimentos ocorridos nos sonhos). Aqui produzimos diversas hormonas fundamentais e o cérebro grava as novas memórias, eliminando o que considera inútil, ficando com “espaço” para o dia seguinte.

Esta fase dura cerca de 20 minutos, mas ao longo de cada ciclo vai aumentando. Contudo, o tempo total de sono nesta fase diminui conforme a idade da pessoa, logo nas crianças ocupa quase 50% do sono, porém as crianças que não atingem esta fase têm maiores riscos de desenvolver enxaqueca, obesidade, problemas de aprendizagem e ansiedade.
Caraterísticas desta fase que lhe dão o nome são: aumento do batimento cardíaco, respiração acelerada, movimento rápido dos olhos, relaxamento muscular excitação sexual.

Devido à dificuldade de atingir esta fase é preciso tomar algumas medidas antes de dormir, como evitar uso de telemóvel ou televisão; ingestão de bebidas e alimentos ricos em cafeína e/ou álcool; é preciso um ambiente escuro.

           

Curiosidades:

Um adulto passa cerca de 50% da sua noite na fase 2, um sono razoavelmente leve, 20% em sono REM, e os restantes 30% repartidos pelas restantes etapas do sono.

Só nos lembramos dos nossos sonhos quando a fase REM dura mais de 1 hora.



Ana Silva
Ana Pinto

O que é a psicanálise?

A psicanálise é um tratamento psicoterapêutico profundo e intensivo dirigido ao alívio do sofrimento psicológico, ao desenvolvimento da personalidade e ao auto conhecimento. Algumas pessoas comparam a psicanálise a um curso avançado no qual são ao mesmo tempo elas próprias investigadoras e o objeto de investigação.

De acordo com Sigmund Freud, psicanálise é o nome de:

-Um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro modo,

-Um método (baseado nessa investigação) para o tratamento de distúrbios neuróticos,

-Uma coleção de informações psicológicas obtidas ao longo dessas linhas, e que gradualmente se acumulou numa "nova" disciplina científica. A essa definição elaborada pelo próprio Freud pode ser acrescentada um tratamento possível da psicose e perversão, considerando o desenvolvimento dessa técnica.

Como funciona a psicanálise?

A imagem acima,mostra uma pessoa no consultório conversando com o psicanalísta e ajuda a compreender como funciona uma terapia psicanalítica. Tudo está dependente da relação de confiança entre o psicanalista e o paciente, sendo que o diálogo é o principal instrumento de trabalho.

A abordagem criada por Freud usa o princípio da associação livre. A ideia é orientar a pessoa a conversar sobre vários temas com o psicanalista. Esse processo ajuda a trazer pensamentos que, normalmente, não seriam pensados.

Durante o processo terapêutico, investiga-se também as memórias e experiências da infância, que têm grande importância no entendimento do inconsciente. O profissional, por sua vez, irá ajudar a interpretar e organizar todas as informações e identificar de onde surge determinado trauma, inibições ou medos.

As sessões têm geralmente de 45 a 50 minutos, com uma frequência de três vezes por semana.

A quem se destina?

A pessoas que sofrem de problemas psicológicos recorrentes impeditivos da experiência da felicidade com os respetivos companheiros, família e amigos, bem como da experiência do sucesso e gratificação no trabalho e nas tarefas normais da vida quotidiana.

Ansiedade, inibições e depressão são frequentemente expressão de conflitos internos que impactam nas nossas relações, de modo a que quando não são tratados, podem condicionar bastante as escolhas pessoais e profissionais.

Alguns psicanalistas defendem que estão mais aptos a usufruir em pleno dos benefícios da psicanálise aquelas pessoas que apresentem:

- Uma boa capacidade de expressão verbal, capacidade de acesso à experiência interna das emoções e de expressão da mesma, capacidade de reflexão, uma atitude orientada para a resolução de problemas, desejo de entender o passado, curiosidade sobre o significado das coisas, capacidade de tolerar e lidar com a vulnerabilidade e com afetos e vivências mais difíceis, capacidade de simultaneamente auto-observar e experienciar, sentido de humor e resiliência debaixo de stress.

Rodrigo Coelho e João Salgado