quarta-feira, 18 de março de 2020

Teorias da Personalidade


Freud psicanálise, Teorias da Personalidade

  
   Na obra de Freud, há duas grandes formas de ver a estruturação da mente: a primeira tópica (ou modelo topográfico) e a segunda tópica (ou modelo estrutural).
    Um dos campos de estudo mais importantes da psicologia e da psicanálise é a personalidade humana. O conceito de personalidade humana diz que a mesma pode ser definida como o conjunto de características mentais que formam parte de um indivíduo e o diferenciam dos demais.

Teoria psicanalítica

    A psicanálise é uma disciplina da psicologia centrada em indagar para lá dos comportamentos visíveis. Esta teoria sustém que a personalidade é o resultado da interação entre os conflitos internos e as demandas externas. Além disso, a psicanálise afirma que há impulsos e pensamentos fora da nossa consciência (inconscientes) que guiam e marcam o nosso temperamento.
    Compreende a importância da sexualidade infantil no desenvolvimento da personalidade do individuo.


- 1 tópica

    Na primeira parte da obra de Freud, chamada de Primeira Tópica ou Teoria Topográfica, o Aparelho Psíquico é dividido em três partes, sendo elas o:
   
      - Inconsciente
      - Pré-consciente
      - Consciente

Inconsciente

    Para Freud, o inconsciente é o desconhecido inacessível da mente humana, não sabemos com certeza o que ocorre nessa camada da nossa mente. No entanto, a psicanálise defende que influencia enormemente a nossa personalidade. O inconsciente engloba os conteúdos relacionados com as experiências vividas, os traumas pessoais e os impulsos animais.
  
 Antes de mais o inconsciente é a origem de toda a vida psíquica. Completamente inato, ou seja, já nasce connosco não provém de qualquer aprendizagem ou fator externo.
    No inconsciente também é regido o princípio do prazer, descarga energética como forma de encontrar satisfação/prazer. O inconsciente não apresenta uma “lógica racional”, não existem modo tempo, espaço e causalidade no inconsciente, incertezas ou dúvidas.
    Os sonhos têm o papel fundamental no entendimento do aparelho freudiano, pois a “comunicação” nos sonhos dá-se graças ao processo primário.

    O que é o inconsciente num recém-nascido, que não possui memorias ainda?
    É então nada mais que a satisfação de necessidades, obtenção de prazer imediato e a qualquer custo.


Pré-consciente
   
   Neste nível, encontramos pensamentos um pouco mais difíceis de aceder. 
   Essa instância, considerada por Freud uma “barreira de contato”, serve como uma espécie de filtro para que determinados conteúdos possam (ou não) emergirem a nível consciente.
    Metaforicamente é como se o pré-consciente fosse um controlo fronteiriço, onde a passagem das informações que provem do inconsciente são aprovadas ou negadas.
   Entendemos que o pré-consciente é a parte que se encontra no meio do caminho entre o inconsciente e o consciente. Ou seja, é a parte da mente que acumula informação suscetível para alcançar a parte consciente.


Consciente

    Ao consciente é atribuído tudo aquilo que está disponível imediatamente à mente, é o nível mais visível dos nossos pensamentos, podemos cessá-lo através de um exercício de reflexão, a parte consciente da nossa mente engloba os nossos desejos e ideias mais explícitas.
    Podemos afirmar que esta e a classe mais clara de se compreender, onde o ser humano busca de forma rápida a informação que pretende e guarda memorias de curto prazo.
    Portanto, o consciente é a parte do nosso aparelho psíquico que tem a noção da realidade do nosso meio ambiente imediato. É a zona responsável pelo contato com o mundo exterior.
    Aqui governa o princípio da realidade, porque a mente consciente procura um comportamento adaptado à realidade social (onde as exigências sociais sejam compatíveis com a necessidades humanas), uma vez que esta não se rege pelo princípio do prazer, sendo este parcialmente suspenso.




- 2 tópica

    Freud propôs um novo modelo para o aparelho psíquico.
    O modelo estrutural separa a nossa mente em três conceitos: ID, Ego e Superego. Esta teoria de personalidade divide a mente humana segundo as funções que desempenha cada elemento.

ID

    Definimos o ID como a parte mais primária e instintiva do ser humano, o objetivo principal do ID é satisfazer os impulsos (também chamados de pulsões). A agressividade, o desejo sexual, a busca de prazer... todos esses sentimentos são transferidos do ID e graças ao princípio de prazer. Este elemento da mente humana acompanha-nos desde que nascemos e tem como objetivo cobrir nossas necessidades mais básicas.

Ego

    Este elemento é responsável por nos conectar com a realidade que nos rodeia, entendemos, pois, que o Ego funciona graças ao princípio de realidade. O objetivo do Ego é satisfazer os desejos do ID, usando como ferramentas a realidade da qual dispomos, concilia as exigências sociais com as necessidades humanas. O princípio de realidade analisa a situação e toma decisões com base nos custos e benefícios de cada ação. O Ego regula os instintos e desejos do ID.

Superego

    O último elemento do modelo estrutural de Freud é o Superego. Este nível inclui as ideias éticas e morais de cada indivíduo. O Superego também controla os impulsos do ID, no entanto, esse controlo é feito através do Ego e da consciência moral. Segundo Sigmund Freud, este elemento não nos acompanha desde que nascemos, sendo algo que aprendemos através dos pais e outras figuras de autoridade.   




A função mediadora do Ego
 
    É, portanto, a principal instância psíquica e que tem por função mediar, integrar e harmonizar as necessidades do ID, as exigências do SUPEREGO (morais/éticas), além das demandas provenientes do mundo externo.

O princípio da realidade 

    O Ego desenvolve-se a partir do Id com o objetivo de permitir que seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planeamento e a espera no comportamento humano.
    A satisfação das pulsões é retardada até o momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um mínimo de consequências negativas.






O desenvolvimento psicossexual

     O modelo genético da teoria freudiana procura entender a personalidade através do desenvolvimento psicológico e sexual. Segundo esta teoria, o comportamento das pessoas é fortemente influenciado pela busca de prazer durante a infância em distintas zonas do corpo. 


Fases do desenvolvimento infantil





1º Estádio Oral - (0 – 12/18 meses)



    A libido está centrada na boca e a satisfação é obtida com a alimentação no seio materno e o sugar de objetos ou partes do corpo. 



Desmame - 1º Conflito da infância (satisfação de necessidades vs exigências sociais)




2º Estádio Anal – (18 – 2/3 anos)


    A libido está centrada no ânus, a satisfação é obtida com a retenção e a exclusão de fezes.



3º Estádio Fálico – (3/4 – 5/6 Anos)

  
A líbido está concentrada nos genitais e a satisfação é obtida por masturbação (manipulação dos “genitais”). 

Complexo de Édito – o rapaz apaixona-se pela sua mãe e vê no pai um rival que tem de combater/eliminar, e a rapariga pelo pai. É o conflito central no desenvolvimento sexual.





4º Estádio Latência – ( 5/6 Anos – puberdade)


As ações traumáticas do estádio fálico são esquecidas por ação do recalcamento.


Superação do complexo de Édito – o ódio que o rapaz sentia pelo pai transforma-se em admiração, quer ser como ele.

Intensificação dos sentimentos – orgulho, pudor, vergonha, culpa, nojo e repugnância 



5º Estádio Genital - (puberdade – idade adulta)


A líbido está centrada nos genitais, mas sem ignorar as exigências sociais. (Estádio Fálico ressurge 
como forma de sexo: objeto sexual). 







Trabalho realizado por: 
Rúben Alex Nº28
Hélder Carneiro Nº14

Sem comentários:

Enviar um comentário