segunda-feira, 23 de março de 2020

Abuso Infantil


Quase três mil crianças vítimas de abuso sexual nos últimos três anos.

Em média, uma em cada cinco crianças, na Europa, são vítimas de alguma forma de violência ou exploração sexual. Em 54% dos casos acompanhados pela APAV, os abusos sexuais ocorreram dentro do seio familiar.


O que leva os agressores à ação?

Disfunções comportamentais e emocionais principalmente no campo da sexualidade; forte deficiência de empatia; a incapacidade de perceber o quanto está a prejudicar outra pessoa, influenciam à prática do ato. Muitas vezes eles têm pensamentos distorcidos de que a criança tem vontade de o fazer, tal como eles.



Conceito de Abuso Infantil: Os termos abuso ou maus tratos contra crianças e adolescentes são utilizados para definir negligência, violência psicológica, física e sexual, de maneira repetitiva e intencional, cometido por um adulto ou alguém em estágio de desenvolvimento superior (idade; força física; posição social; condição económica; inteligência; autoridade). O agressor apodera-se do poder, da relação de confiança e/ou força física para colocar a criança e/ou adolescente em situações de maturidade biológica e psicológica de reação.


Categorias do abuso infantil:

  • Extrafamiliar: Ocorre fora do contexto familiar e pode estar associado à pornografia e exploração sexual. Inclui toques; carícias; sexo oral ou relações com penetração.

  • Intrafamiliar ou Incestuosos: É cometido por pessoas próximas, quase sempre a que desempenha o papel de cuidador (pai, padrasto, namorado da mãe). A maioria dos abusos acontece dentro de casa. 

O incesto é poderoso. A sua devastação é maior do que a das violências sexuais não incestuosas contra a criança, sendo que, o incesto insere-se nas emoções e nos conflitos familiares. Não há um estranho de que se possa fugir, não há uma casa por onde se possa escapar. A criança não se sente mais segura na sua própria casa, nem com a sua própria família. O agressor está sempre presente, abalando a totalidade do mundo da criança.


A visão de uma criança a estes abuso


No caso do abuso sexual o corpo reage a estímulos, onde muitas vezes a criança, inocentemente, procura o prazer, que num primeiro momento parece adequado, uma vez que este é lhe oferecido por alguém que ela considera ser de confiança. 
Normalmente a pessoa só se dá conta, de que aquilo foi um ato agressivo, quando recebe as informações do ambiente, e descobre o porque dela se sentir tão mal e desconfortável com o abuso. Até aí o seu sentimento é de confusão

“Na altura, não compreendi o que me tinha acontecido, mas de algum modo sabia que era errado. Senti culpa por deixar que aquele homem me tocasse.”



Sequelas evidenciadas nas crianças abusadas

Problemas sociais e de relacionamento com pessoas do mesmo sexo do agressor; problemas de comportamento, como agressão; abuso de substâncias; disfunção sexual na idade adulta; depressão; entre outros, são efeitos observáveis em crianças que já sofreram de abuso sexual. 

“Sofri muito com o abuso sexual de que fui vítima. Durou segundos, ou poucos minutos, não sei ao certo, mas a vergonha acompanha-me até hoje.”


Grau do dano psíquico

O dano psíquico, em virtude do abuso sexual da criança, está relacionado a sete fatores
  • a idade do início do abuso;
  • a duração do abuso;
  • o grau de violência ou ameaça da violência;
  • a diferença de idades entre o agressor e a vítima;
  • relação de proximidade entre o agressor e a vítima;
  • a ausência de figuras parentais protetoras;
  • o grau de segredo.



Auto-Culpa

Pensamento de auto-responsabilidade são muito comuns nas vítimas. Algumas crianças sentem que participaram de alguma forma, oferecendo-se para que o abuso pudesse acontecer, e por isso nem sempre denunciam o agressor. Mesmo quando adultas,  podem manter sentimentos, em relação à sua forma de ser, diferente dos outros. Têm menos confiança interpessoal; acreditam que o mundo é um lugar perigoso; têm uma visão negativa da sexualidade e uma imagem corporal, igualmente, negativa




De forma a ajudar e a proteger as crianças vítimas de abuso infantil, criou-se a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) e o Instituto de Apoio à Criança.




A 18 de Novembro assinala-se o Dia Europeu para a Protecção das Crianças contra a Exploração Sexual e o Abuso Sexual. 


Beatriz Lopes nº7
Beatriz Pereira nº8

Sem comentários:

Enviar um comentário