
Anos antes de Watson publicar a obra que o tornou famoso, Pavlov, ao estudar o fenómeno da digestão nos cães, reparou num comportamento interessante: os cães salivavam quando lhes era apresentada comida e também ao ouvirem os passos do tratador ou o som das chaves no momento em que descia as escadas para ir alimentá-los. Intrigado, porque julgava que a salivação era uma resposta simplesmente natural, decidiu treiná-los a associar um determinado som à presença de comida.

Que conclusões retirou Watson desta experiência?
No entender de Watson, não havia qualquer necessidade de recorrer à consciência ou a processos mentais para explicar esta mudança de comportamentos.
Pense nas duas seguintes frases: 1-“Manuel bate nas pessoas porque é agressivo” e 2-“Manuel é agressivo porque bate nas pessoas”. Com qual delas estaria Watson de acordo? Com a segunda. Porquê? Porque as causas do comportamento de um indivíduo estão fora dele, nos condicionamentos a que foi submetido. Por isso devemos dizer “Manuel é agressivo porque bate nas pessoas". A vida interna ou mental- sentimentos e pensamentos- não devia ser considerada causadora do comportamento ou da atividade observável. Ver um anúncio de um filme a que assistimos com o namorado pode levar-nos a pensar nele ou telefonar-lhe. A causa real é externa- o anúncio- e não interna- o pensamento. A sobrevalorização do externo face ao interno tem a ver com o facto de os estados mentais não estarem disponíveis para observação alheia e de os próprios
indivíduos que os vivem não os conhecerem com precisão. Para Watson, as causas de um comportamento não estão no interior da personalidade do individuo. A ideia de que comportamento seria causado por fatores que atuariam no interior do sujeito (temperamento, pensamentos, intenções, necessidades e motivações) era para Watson cientificamente prejudicial e devia ser abandonada.
Vídeo sobre a experiência de Watson:
Margarida Campelos
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