Em psicologia, é cada vez mais importante conhecer de que modo a herança genética influencia o comportamento humano. Procura-se avaliar a forma como as características orgânicas, as capacidades intelectuais, a personalidade e o modo como nos relacionamos são afetados por fatores genéticos.
Para se estudar o processo de transmissão genética e a influência da hereditariedade no comportamento recorre-se a 3 métodos: estudo de árvores genealógicas (1), análise do ADN (2) e o estudo dos gémeos homozigóticos (3).
- Através da análise das árvores genealógicas é possível identificar se uma característica se transmite, no interior de uma família, de geração em geração;
- As novas investigações sobre o ADN têm vindo a trazer novos conhecimentos sobre o modo como o genes são transmitidos, bem como a identificação dos genes responsáveis por determinadas características;
- Dado que os gémeos homozigóticos, monozigóticos, verdadeiros ou univitelinos, têm o mesmo património genético, partilham o mesmo genótipo (provêm do mesmo ovo), é possível avaliar a influencia do meio nas suas características psicológicas e comportamentais.
Para compreendermos o papel da hereditariedade na determinação de características biológicas e comportamentais temos que distinguir hereditariedade específica (que caracteriza uma espécie) e hereditariedade individual (exclusiva de cada sujeito e de uma dada espécie).
- Hereditariedade específica: informação genética responsável pelas características comuns a todos os indivíduos da mesma espécie, determinando a constituição física e alguns comportamentos. É uma hereditariedade específica que haja distinção entre as diferentes espécies animais.
- Hereditariedade individual: informação genética responsável pelas características fisiológicas individuais. É hereditariedade individual que distingue o indivíduo de todos os outros membros da sua espécie e que o torna único.
Efetivamente, o indivíduo é dotado de um património genético aquando da sua concepção (genótipo), que vai sofrer a influência do meio em que vive, desenvolvendo um conjunto de características físicas e psicológicas observáveis de um indivíduo que resultam da componente genética e ambiental (fenótipo).
A influência genética no comportamento
É inegável a influência da hereditariedade concretamente nas características físicas do indivíduos: a cor do cabelo, dos olhos, da pele... Até a altura e o peso têm uma importante componente hereditária.
A maturação é o processo através do qual a hereditariedade atua depois do nascimento: é como um programa que orienta o crescimento, o desenvolvimento.
O papel do meio no comportamento
Pode-se afirmar que a influência do meio se faz sentir desde o momento da concepção. o meio intra-uterino, as condições psicológicas da mãe exercem desde cedo um papel importante no desenvolvimento do feto.
Após o nascimento o meio vai favorecer, ou não, potencialidades hereditariamente recebidas.
A interação hereditariedade-meio
O desenvolvimento e o comportamento humano dependem de fatores do meio ambiente e da carga hereditária. Efetivamente, desde muito cedo, hereditariedade e meio interagem sobretudo na definição de uma característica da personalidade, do nível de inteligência, das competências cognitivas de uma pessoa.
Sara Sousa
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