A Psicologia é a ciência que estuda os processos mentais e o comportamento do Ser Humano. Esta procura descrever sensações, emoções, pensamentos... A Psicologia recorre a muitos métodos e técnicas. Comecemos então por diferenciar estes dois termos:
Método: conjunto de procedimentos específicos utilizados na investigação de uma ciência.
Técnica: processos práticos através dos quais um método é apresentado.
A Psicologia, tendo em conta a complexidade do seu objeto, vai ter que recorrer a várias metodologias. De entre os vários, destacamos:
- Método introspetivo;
- Método experimental;
- Observação;
- Método psicanalítico
Método introspetivo
Este método consiste na descrição e análise pelo sujeito dos seus pensamentos, sentimentos e emoções.
A introspeção é uma auto-observação, uma análise interior, permitindo conhecer o que se passa dentro de nós, os nossos estados psicológicos. O que diferencia esta atividade pessoal do método introspetivo é carácter sistemático. A introspeção realiza-se em condições específicas e com objetivos bem definidos. Podemos destacar algumas limitações deste método:
- Não pode ser aplicado a crianças, doentes mentais e animais;
- Não analisa os fenómenos inconscientes;
- Não se aplica a fenómenos de natureza fisiológica;
- É difícil analisar os fenómenos psicológicos que se sucedem com rapidez.
Método experimental
Watson foi quem adotou o método experimental como meio para conhecer o comportamento do Homem e do animal. Watson pretendia enunciar leis sobre os comportamentos, de modo a ser possível prevê-los e controlá-los. São muitas as limitações da aplicação deste método em psicologia, contudo vamos apontar algumas:
- Há dificuldades em controlar variáveis que afetam o que se está a investigar;
- Há situações que impedem o recurso à experimentação;
- Não são tidas em conta as características particulares de cada sujeito;
- Há dificuldade em controlar as expectativas dos participantes.
- Experimentação provocada: o investigador manipula a variável independente para analisar os seus efeitos na variável dependente;
- Experimentação invocada: o investigador observa situações que acontecem na vida corrente, procurando estabelecer uma relação entre varáveis
A Observação em psicologia pode assumir um carácter de uma técnica ou de um método. Chamamos de técnica quando é um processo que faz parte de um método, e dizemos método quando assume diferentes procedimentos. A Observação sistemática é uma observação que obedece a um plano, que prevê os objetivos a atingir como as condições em que vai decorrer.
Tipos de Observação:
- Na Observação laboratorial, os comportamentos humanos ou animais decorrem num contexto laboratorialmente definido pelo investigador. Este analisa rigorosamente as consequências de determinadas situações nos comportamentos;
- Na Observação naturalista, os comportamentos humanos ou animais são observados em situações espontâneas no meio ambiente em que vivem. O comportamento observado é o que acontece naturalmente.
Segundo Freud, seria necessário constituir um método próprio para explorar o inconsciente. Assim, desenvolve um conjunto de técnicas que permitiriam trazer ao consciente as causas não conhecidas, inconscientes, dos seus problemas e conflitos. O psicanalista recorre a alguns procedimentos ou técnicas: associações livres, interpretação dos sonhos, análise do processo de transferência e análise dos atos falhados.
- Associações livres: o psicanalista pede ao analisado que diga tudo o que sente e pensa sem qualquer problema. É no decorrer deste procedimento que se manifestam resistências, desejos, recordações e recalcamentos inconscientes;
- Interpretação dos sonhos: o psicanalista pede ao analisado que lhe relate os sonhos. Estes são a realização simbólica de um desejo recalcado na prespetiva de Freud;
- Análise da transferência: o psicanalista interpreta os dados do processo de transferência. Este é um processo em que o analisado transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância;
- Análise dos atos falhados: o psicanalista procura interpretar os esquecimentos, lapsos e erros de linguagem, leitura ou audição do analisado. Estes erros involuntários manifestariam desejos recalcados no inconsciente.
A diversidade de técnicas e de métodos não põe em causa a unidade da psicologia. Esta recorre a uma pluralidade de métodos decorrentes de uma pluralidade de técnicas.
Beatriz Silva
Sara Sousa
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