Marcador Somático
O carácter específico dos processos emocionais
- A hipótese do marcador somático propõe uma importante ligação entre emoção, o sentimento e tomada de decisão.
A mente é basicamente um sistema de controlo e de comunicação entre o thetan – o ser espiritual que é a própria pessoa – e o seu ambiente. É composta de quadros de imagens mentais, que são gravações de experiências passadas.
Processos cognitivos- Relacionam-se com o saber, respondem à questão “O quê?”, englobam a perceção, a memória e a aprendizagem;
Processos Emotivos- Relacionam-se com o sentir, respondem à questão “Como?”, englobam a emoção, o afeto e o sentimento;
Processos Conativos- Relacionam-se com o fazer, respondem à questão “Porquê”.
O carácter específico dos Processos Emocionais- Emoção, Afeto e Sentimento
Por experiência pessoal, é possível perceberes se, por exemplo, a tua mãe já teve conhecimento de uma situação menos agradável em que estás envolvido (ex.: receber uma comunicação do director de turma que reprovaste à disciplina de Psicologia), mesmo sem abordar o assunto: as expressões faciais, a entoação da sua voz, a postura do corpo podem denunciar as suas emoções.
Emoções Básicas
Existe várias emoções, mas as básicas são:
- A raiva;
- O nojo;
- O medo;
- A tristeza;
- A surpresa;
- E a alegria.
Afeto
O que é o afeto?
O afeto, é a tendência para responder positiva ou negativamente a experiências emocionais relacionadas com as pessoas ou objetos. Ter afetos é ser dotado da capacidade de dar e de receber, de amar e de ser amado, de perturbar e de ser perturbado, por exemplo, eles exprimem-se através das emoções e têm uma ligação especial com o passado, com as experiências e vivências com as pessoas, objetos, ambientes e ideias. As emoções estão ligadas essencialmente a situações presentes.O afeto exprime-se em sentimentos e em emoções.
Sentimento
Significado do sentimento
Diferentemente das emoções, os sentimentos podem não ser passageiros e, em alguns casos, podem durar a vida toda. Casos de sentimentos negativos (como tristeza profunda) podem causar doenças, como a depressão.
Além disso, a causa do sentimento não é facilmente identificada, o que pode gerar angústia e sofrimento para quem lida com sentimentos negativos. Por ser de âmbito extremamente íntimo, o sofrimento pode passar despercebido por todos.
Os principais sentimentos do ser humano
De um modo geral, os sentimentos são vistos como uma disposição mental perante algo ou alguém. Entre os exemplos de sentimento, pode-se citar:
-Amor
-Felicidade
-Ódio
-Inveja
-Compaixão
-Decepção
Diferença entre sentimento e emoção, segundo Antonio Damasio:
Usualmente, emoção e sentimento surgem como sinónimos, mas segundo António Damásio, a relação entre ambos é muito estreita.
Segundo António Damásio, a emoção é um conjunto de reações corporais, automáticas e inconscientes, face a determinados estímulos provenientes do meio onde estamos inseridos.
O sentimento surge quando tomamos consciência das nossas emoções, isto é, o sentimento dá-se quando as nossas emoções são transferidas para determinadas zonas do nosso cérebro, onde são codificadas sob a forma de atividade neuronal.
Este trabalho foi realizado por:
-João Pedro da Costa Salgado Nº17 12ºC
Impressões, expectativas e atitudes
Os tópicos “impressões, expectativas e atitudes” inserem-se nos processos fundamentais da cognição social. Após termos analisado a importâncias das relações precoces no processo do desenvolvimento do ser humano é importante analisar agora as relações interpessoais, ou seja, o modo como nos relacionamos com os outros ao longo da vida e de que forma as interações que estabelecemos definem grande parte do que fomos e somos.
Processos fundamentais da cognição social
Quando estudamos a cultura e o modo como os seres humanos a integram através do processo de socialização, compreendemos melhor as diferenças que nos distinguem dos outros animais. Depende, fundamentalmente, da aprendizagem e na diversidade nas diferentes relações que o comportamento humano estabelece com o meio. A maior parte das interações sociais (conjunto de influências recíprocas que se estabelecem entre as pessoas) desenrolam-se na rede complexa dos padrões culturais. Grande parte da nossa vida desenrola-se e organiza-se no contexto de instituições sociais que são orientadas por fatores de origem cognitiva que organizam a forma como entendemos as situações.
“Os indivíduos não reagem às situações, mas sim às interpretações subjetivas das mesmas.” (Atkinson, R.)
Esta questão remete para o processo do conhecimento, ou seja, a cognição social, que é o conjunto de processos que estão subjacentes ao modo como encaramos os outros, a nós próprios e à forma como interagimos. A cognição social refere-se ao papel desempenhado por fatores cognitivos no nosso comportamento social, procurando conhecer o modo como os nossos pensamentos são afetados e condicionados pelo contexto social imediato e a forma de afetarem o nosso comportamento como membros de uma sociedade.
Como temos uma capacidade limitada de processamento de informação relativa ao mundo social, recorremos a esquemas que são estruturas cognitivas através das quais os sujeitos se adaptam e organizam objetos, situações e experiências, agrupando-os segundo as suas características comuns. É a partir destes esquemas que processamos a informação relativa ao mundo social e criamos opiniões sobre nós e sobre os outros.
Processos fundamentais de cognição social:
- As impressões;
- As expectativas;
- As atitudes
Cognição social |
Impressões
- Afetiva – gostamos ou não da pessoa;
- Moral – consideramos a pessoa boa ou má;
- Instrumental – se é competente ou incompetente.
Na base da formação das impressões está a interpretação, isto é, nós percecionamos o outro a partir de uma grelha de avaliação que remete para os nossos conhecimentos, valores e experiências pessoais. Alguns indícios explicam o modo como formamos uma impressão de uma pessoa, num primeiro encontro:
- Indícios físicos – remetem para características como o facto de a pessoa ser alta/baixa, magra/gorda, que podem remeter para determinado tipo de personalidade e podem incluir-se expressões faciais e gestos;
- Indícios verbais – o modo como a pessoa fala surge como um indicador, por exemplo, de instrução e se na sua expressão, reconhecer um sotaque é possível remetê-la para uma determinada região;
- Indícios não verbais – estes indícios remetem para elementos, sinais, que interpretamos como indicadores: o modo como se veste, como gesticula enquanto fala, são elementos que nos levam a inferir determinadas características;
- Indícios comportamentais – é o conjunto de comportamentos que se observam na pessoa e que nos permitem classificá-la. O modo como os comportamentos são interpretados varia de pessoa para pessoa e remetem para as experiências passadas, para as necessidades daquele que os interpreta. Daí que um mesmo comportamento possa ter significados diferentes para indivíduos diferentes.
A partir destes indícios, formamos uma impressão global de uma pessoa, a quem atribuímos uma categoria socioeconómica e cultural, um determinado estatuto social. De notar que um mesmo conjunto de indícios pode conduzir a diferentes interpretações, tal acontece porque a formação das impressões é orientada pelos nossos valores e atitudes.
É comum, no processo de formação das impressões, fazermos uma avaliação geral da pessoa a partir de algumas características que observamos ou que nos foi referida por outros – “teoria implícita da personalidade”, isto é, a ideia geral que formamos sobre a pessoa.
A complexidade da formação das impressões decorre do seu carácter e da multiplicidade de fatores intervenientes. Solomon Asch conduziu uma investigação em que apresentou a diversos sujeitos uma lista de características de duas pessoas. Em seguida, pediu-lhes que manifestassem a sua opinião acerca das pessoas e, apesar de as características serem as mesmas, avaliaram mais positivamente uma delas porque tinha as características positivas em primeiro lugar. Esta e outras experiências levam investigadores a concluir que a primeira informação é a que tem maior influência sobres as nossas impressões. Portanto, a ordem com que conhecemos as características de uma pessoa não é indiferente para a formação de impressões sobre ela.
Estes estudos são importantes porque uma das primeiras impressões é a sua persistência, uma vez que mesmo que recebamos informações que contradizem a nossa impressão inicial, temos dificuldade em alterar as nossas convicções – rejeição a integrar informações. Na década de 90 do século XX, desenvolveram-se várias pesquisas sobre a formação das impressões, que mostraram a influência de outros fatores. Os investigadores chegaram à conclusão de que por exemplo, o humor tem muita influência na sua formação: as pessoas mais felizes criam impressões mais positivas que as que estão, normalmente, de mau humor.
Primeiras impressões |
Expectativas
Quando conhecemos alguém não nos ficamos apenas com a primeira imagem que resulta desse primeiro contacto: criamos expectativas que decorrem das características que apreendemos nesse encontro. A partir de alguns indicadores, prevemos o seu comportamento e as suas atitudes, isto é, desenvolvemos determinadas expectativas – modos de categorizar as pessoas através do indício e das informações, prevendo o seu comportamento. As expectativas são mútuas, o outro com quem interagimos desenvolve, também, expectativas em relação a nós. Por exemplo, se eu entrar num hospital e vir uma pessoa com uma bata branca, concluo que é um médico.
Neste processo estão envolvidas duas operações básicas: indução e dedução. É pela indução que passamos da perceção à inclusão da pessoa numa categoria. É pela dedução que, a partir do momento em que reconhecemos a categoria a que uma pessoa pertence, passamos a atribuir-lhe determinadas características. Tal como as impressões, as expectativas são facilitadoras da nossa leitura do mundo.
Tal como outros processos cognitivos, as expectativas formam-se no processo de socialização por influência dos nossos valores, crenças e história pessoal. A psicologia social dedica um grande interesse ao estudo das expectativas porque, em certa medida, nós comportamo-nos tendo em conta o que os outros esperam de nós.
Expectativas no mundo social |
Um exemplo muito claro da importância das expectativas na vida social é-nos dado pelas relações duradouras que se estabelecem entre pessoas como o marido e a mulher. Ao exercer funções respetivas, há um conjunto de expectativas mútuas que regulam essas relações.
A cada estatuto corresponde um papel, isto é, um conjunto de comportamentos esperados de um indivíduo com determinado estatuto – complementaridade entre estatuto e papel. Numa sociedade, os papéis sociais prescrevem todos um conjunto de comportamentos-padrão, de tal forma institucionalizados que os seus membros saibam quais as reações que os seus comportamentos podem provocar – expectativa de conduta.
O papel do indivíduo é “o conjunto de comportamentos com que legitimamente os outros contam da parte dele”. (Stoetzel)
Assim, as expectativas afetam o modo como os outros interagem connosco, influenciado, por sua vez, a nossa autoimagem e o nosso comportamento. As expectativas positivas geram comportamentos positivos e as negativas comportamentos negativos: a profecia autorrealizava-se.
Uma área que tem despertado interesse é a que estuda o efeito das expectativas dos professores relativamente aos alunos, e as suas consequências no processo de aprendizagem.
Robert Rosenthal desenvolveu uma experiência em que os professores foram convencidos que determinada turma era muito desenvolvida intelectualmente. Na verdade, a turma era composta por elementos aleatórios que, quando foram avaliados, mostraram um rendimento académico superior aos restantes alunos. Numerosos estudos deste investigador mostraram que como os professores estavam com expectativas de bons resultados por parte de alguns alunos, trataram-nos de forma diferente. Em resposta, as crianças desenvolvem uma autoimagem das suas capacidades escolares e estudam mais – autorrealização das profecias. É o que alguns autores designam por efeito de Pigmalião, isto é, as consequências que advêm do processo de profecia.
O efeito de Rosenthal – aprendizagem afetada pelas expectativas dos professores – tem três componentes:
- Os alunos em que os professores apostam tendem a ter bons resultados;
- Os alunos de quem não se esperam grandes resultados tendem a sair-se pior;
- Os alunos que foram bem-sucedidos, contrariando as expectativas, são vistos de forma negativa pelo professor.
A partir destes resultados, muitas reflexões se têm feito sobre o efeito das expectativas na nossa vida do dia a dia. Há uma relação recíproca entre a perceção que nós temos de nós próprios e a perceção que os outros fazem de nós, e é esta permanente interação que torna as relações sociais tão complexas e fascinantes.
Robert Rosenthal |
Atitudes
É muito comum na linguagem corrente fazer equivaler o conceito de atitude ao de comportamento. Contudo, em psicologia social, o termo atitude tem um outro sentido e significado. Uma atitude é uma tendência para responder a um objeto social – situação, pessoa, grupo, acontecimento - de modo favorável ou desfavorável. Assim, não é um comportamento, mas sim uma predisposição.
As atitudes desempenham um papel fundamental no modo de como processamos a informação do mundo social em que estamos inseridos. Permitem-nos interpretar, organizar e processar as informações. É este processo que explica que face, a uma mesma situação, diferentes pessoas interpretam de formas diferentes. Por exemplo, dois adeptos de clubes distintos irão ter interpretações contraditórias face ao mesmo jogo de futebol.
As atitudes envolvem diferentes componentes interligadas com especial incidência na infância e na adolescência, sendo elas:
- Componente cognitiva – constituída pelo conjunto de ideias, de informações e crenças que se tem sobre um dado objeto social. É o que consideramos verdadeiro sobre o objeto.
- Componente afetiva – conjunto de valores e emoções, positivas ou negativas, relativamente ao objeto social.
- Componente comportamental – conjunto de reações, de respostas, face ao objeto social. É uma disposição para agir dependendo das crenças e dos valores que se tem relativamente ao objeto social.
É a partir de uma informação ou convicção (cognitiva) a que se atribui um sentimento (afetiva), que desenvolvo um conjunto de comportamentos (comportamental).
EXEMPLO
Uma atitude negativa de uma pessoa relativamente ao tabaco pode basear-se numa crença de que há uma relação entre o tabagismo e o cancro de pulmão (cognitiva). Essa pessoa não gosta do fumo e experimenta sentimentos desagradáveis em ambientes de fumadores (afetiva). A esta atitude estão frequentemente associados comportamentos como não fumar e convencer os outros a não fumar (comportamental).
Se a pessoa pensar que o tabaco atenua o stress, provavelmente as componentes afetiva e comportamental serão diferentes.
As atitudes não são diretamente observáveis: inferem-se por comportamentos. Também é possível, a partir de um comportamento, inferir a atitude que esteve na sua origem. Por outro lado, as reações de uma pessoa face a uma situação podem permitir prever a atitude que lhe está subjacente.
É mais provável uma atitude afetar um comportamento quando esta é forte, relativamente estável, relevante para o comportamento, importante e facilmente retida pela memória. As atitudes baseadas em experiências indiretas, como ter ouvido falar, têm menos influência no comportamento que as baseadas na experiência direta.
Psicologia social |
As atitudes formam-se e aprendem-se no processo de socialização, no meio social onde estamos inseridos. São vários os agentes sociais responsáveis pela formação de atitudes: pais e família, escola, grupo de pares e os media. Os parentes mais próximos, sobretudo, os pais são como modelos com os quais as crianças se tentam identificar. Na adolescência, tem particular relevo o grupo de pares, isto é, os indivíduos com idade aproximada com que os jovens contactam mais frequentemente.
Atualmente, os mass media têm muita influência na formação de novas atitudes e reforço das que já existem, tudo isto através de publicidade, telenovelas e filmes. É através da observação, identificação e imitação dos modelos que se aprendem, que se formam atitudes. Esta aprendizagem ocorre ao longo da vida, mas tem particular prevalência na infância e adolescência. Isto não significa que depois destas idades as atitudes não possam mudar. Há, no entanto, uma tendência para a estabilidade das atitudes. As experiências vividas pelo próprio podem conduzir à alteração das atitudes. Por exemplo, uma pessoa que é a favor da pena de morte pode mudar a atitude porque viu um filme sobre o assunto que o impressionou.