sexta-feira, 12 de junho de 2020

A relação mãe-bebé: Importância da relação de vinculação


Importância da relação de vinculação

A criança é a razão de ser do mundo e representa o futuro desse mesmo mundo, sendo a vida familiar crucial para o seu desenvolvimento, bem como para a sus sociabilização, dar resposta ás suas necessidades e prioridades estruturais.
 Klaus e Kennell em 1976 iniciaram a vinculação materna ao bebé com o termo “bonding”, que significa união em português. 





 A vinculação materna ao bebé é uma relação emocional única, especifica e duradoura, que se estabelece de modo gradual, desde os primeiros contactos entre a mãe e o bebé. Esta relação de vinculação inicia-se durante os primeiros contactos entre a mãe e o bebé, com ajuda dos sistema hormonal da mãe  e estimulada pela presença do bebé, caracterizada como um período sensível, localizado nos momentos imediatos ao parto. Atualmente vários investigadores são unanimes em considerar que a ligação da mãe ao bebé se faz de modo gradual, tal como acontece durante a gravidez ou no momento do parto, sendo que não é algo que acontece no primeiro contacto.
Existe uma hormona que é bastante importante para a questão da vinculação materna, pois estimula o envolvimento emocional, a hormona é conhecida por oxitocina. No caso da amamentação, tem um efeito tranquilizante sobre a mãe e tende a aumentar a ligação com o seu bebé.

O bebé não é um ser passivo

  • Os fetos com sete meses já têm relações diferenciadas;
  • Após o nascimento, o bebé já discrimina sensações.
O bebé troca sinais com as figuras parentais (regulação mútua):
  • Manifestam as suas necessidades;
  • Manifestam as suas emoções.
Uma boa regulação mútua permite respostas adequadas:

O choro
  • Há 4 tipos de. Motivação para o choro: fome, desconforto, frustração, dor;Provoca reações de preocupação, de responsabilidade e de culpa.
O sorriso
  • Só aos 2/3 meses, é que o sorriso passa a ser intencional e ativo;
  • Aos 6 meses, constitui já um ato social dirigido a figuras preferenciais.
As expressões faciais 
  • As expressões faciais revelam a expectativa de uma resposta;
  • Mas, a nossa leitura depende muito das nossas convicções.
As vocalizações
  • Funcionam como estimulo para as vocalizações dos adultos;
  • A troca adquire a forma de conversação;
  • O bebé vocaliza por imitação.
A Vinculação
Necessidade inata e básica do bebé para manter relações de proximidade e afetividade com as suas figuras preferenciais.

Comportamentos de vinculação: o sorriso, a vocalização, o agarrar, o gatinhar e o choro.

Os bebés devem ter várias figuras de vinculação:
  • Facilita a aprendizagem por observação;
  • A estimulação é mais rica e variada;
  • Uma relação de ansiedade pode ser compensada com uma outra relação mais segura.
O processo de vinculação permite a manutenção do nosso lado afetivo, está ligado á nossa atitude enquanto seres humanos.
É este processo que nos caracteriza e nos faz ser quem somos.

  • Até aos 6 meses: É importante a presença continua de uma figura de vinculação.
  • Dos 6 meses aos 3 anos: as crianças não só manifestam preferência por determinadas figuras, como revelam medo, cautela ou, inclusive, rejeição clara por outras.
  • Após os 3 anos: a criança desenvolve uma vontade própria de compreender as ações dos outros.
O desenvolvimento da linguagem e da sua capacidade de pensar em função do tempo e do espaço aumenta as suas capacidades cognitivas e permite-lhe suportar o afastamento da figura de vinculação ( essencial para o desenvolvimento da sua autonomia).

John Bowlby (Psiquiatra inglês)
Defende que:
  • A personalidade é constituída a partir das ligações precoces e socioafetivas da criança;
  • Estas ligações repousam sobre necessidades e fundamentos biológicos;
  • Na base do desenvolvimento humano está a vinculação.
Consequências das carências de vinculação:
  • Relações afetivas futuras superficiais;
  • Ausência de concentração intelectual;
  • Incapacidade de ter relações interpessoais;
  • Delinquência;
  • Ausência de reações emocionais.

Mães Positivas
Mães com relações conjugais mais estáveis e com maior apoio dos companheiros, têm geralmente um envolvimento mais positivo com o seu bebé.

Roming-in
Nome de uma prática para manter a mãe e o bebé juntos a seguir ao parto, contatou-se um aumento do vinculo maternal e autoconfiança e um decréscimo da incidência de praticas parentais inadequadas, nomeadamente maus tratos ás crianças. Este método tem vindo a registar pontos muitos positivos no que toca á relação entre mãe e filho.

Parto normal vs Parto cesariana
A ligação afetiva entre a mãe e o bebé é favorecida no parto normal, em relação ao que acontece na sequência de uma cesariana. É importante dizer que este processo que melhora a ligação entre a mãe e o bebé é impossível de ser controlado pela mulher.

Vínculos precoces 
É necessário que haja a criação de vínculos precocemente pois são funções básicas na evolução e estruturação normal do psiquismo humano, essencial para o desenvolvimento emocional e cognitivo nos primeiros anos de vida. Se os pais forem sensíveis ás necessidades do bebé, criando um ambiente seguro á criança ela evolui na sua capacidade de explorar o mundo, pois ela sabe que vai voltar para junto dos pais.
O sentimento de segurança e confiança no outro que reforça a autoestima e a autoconfiança criando condições para a separação física dos pais. Verifica-se que os primeiros anos de vida deverão ser marcados por um ambiente bastante seguro e rico, com bons programas de qualidade que incluem frequentemente interações com pares e com ambientes.
A segurança da vinculação proporciona á criança uma maior e melhor competência na escola, uma socialização mais fácil com os colegas e mais resistência.
Sabemos mais atenção enquanto ainda são bebés significa maiores oportunidades de crescimento e de desenvolvimento, e os primeiros anos são os mais críticos no desenvolvimento ao nível da personalidade, inteligência e comportamento social.
Normalmente as crianças que têm interações saudáveis com pessoas que cuidam bem delas, tornam-se melhor preparadas para aprender e trabalhar situações mais complicadas. Com toda a vida profissional dos pais, por vezes torna-se mais difícil ter estas interações, por isso, é bastante importante algumas rotinas em casa. Tais como:
  • Refeições a horas 
  • Ler uma historia antes de deitar em família 
  • Dormir cedo
É também essencial impor algumas regras e limites ás crianças para que entendam que em sociedade também ha regras a cumprir, como por exemplo, aprender a lidar com a frustração pois estimula uma maior empatia com os outros e também sabendo manter conversas aumentando o respeito mútuo.  


Mariana Silva Nº23

1 comentário:

  1. Considero que o trabalho está bem estruturado e aborda o tema proposto. Contudo, também, penso que devia abordar o procedimento experimental da psicóloga, Mary Ainsworh, chamado de Situação Estranha, onde uma criança está numa sala com a mãe, em seguida, entra um estranho e ambos saem, deixando-a sozinha, mas no fim a mãe regressa. Sendo a partir da reação do bebé à chegada da mãe que se conclui que existem categorias de vinculação.

    Tal como é referido é importante ter mais do que uma figura vinculativa, assim, uma delas poderá ser o pai dado que nesta experiência mostra-se que a relação com o pai também é sentida pela criança, porém com menos intensidade em comparação à mãe.

    A intensidade de cada relação poderá estar ligada aos "papéis" que cada progenitor tem na vida da criança, por isso conclui-se que a cultura é capaz de afetar a relação mãe-bebé.

    Em suma, considero que o trabalho está bem uma vez que é claro e direto, faltando só, na minha opinião, esta breve referência.

    ResponderEliminar