O que é a memória?
A memória pode
ser entendida como o registo de todas as experiências existentes na
consciência, bem como a qualidade, extensão e precisão dessas lembranças. A
memória é a capacidade do cérebro em armazenar, reter e recordar a informação.
A memória
está na base de todas as funções psíquicas: da perceção, da aprendizagem, da
imaginação, do raciocínio, etc.
Não podemos
conceber a vida humana sem memória.É a partir das informações que o indivíduo
possui que se adapta ao meio e atribui significado às experiências vividas. É a memória que
nos dá o sentimento de identidade pessoal: as experiências vividas, acumuladas
e que nos reconhecemos como nossas constituem o nosso património pessoal que
nos distingue dos outros e nos torna únicos. Sem memória não existe identidade.
Tipos de memória
Existe três
tipos de memória: sensorial, a curto prazo e a longo prazo.
Memória
sensorial: a memória
sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos sensitivos. As
informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de
tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada
perde-se se for passa para a memória a curto prazo.
Memória a
curto prazo: este
tipo de memória retém informação durante um período limitado de tempo, podendo
ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo.
Na memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias: memória
imediata e memória de trabalho.
Memória
imediata: a
informação recebida fica retida durante um curto período de tempo (cerca de 30
segundos). Investigações efetuadas vieram mostrar que podemos conservar sete
elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e nove
unidades.
Memória
de trabalho: neste
tipo de memória mantemos a informação enquanto ela nos e útil. A memória de
trabalho reporta-se as atividades mentais em que o objetivo não é a sua
memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para
se poderem aplicar de modo eficaz.
Este tipo de
memória é utilizado por exemplo quando o patrão pede que no dia seguinte
cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta informação, que irá ser
esquecida depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de teres chegado
uma hora mais cedo. Chama-se memória de trabalho à atividade de armazenamento e
de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma tarefa:
refere-se, portanto, a um tipo de memória que trabalha.
Qualquer
informação que tenha estado na memória a
curto prazo e que se perca, estará perdida para sempre, só se mantendo se
passar para a memória de longo prazo.
Tipos de
Memória a Longo Prazo: Memória declarativa e Memória não-declarativa
Memória
declarativa: também pode ser designada por
explícita ou memoria com registo, (implica a consciência do passado, levando a
reportarmo-nos a acontecimentos, fatos e pessoas que conhecemos/ aconteceram no
passado). É devido a este tipo de memória que consegues descrever as funções
das áreas pré-frontais: os heterónimos de Fernando Pessoa, o nome dos teus
amigos, o aniversário da tua mãe. Este tipo de memória reúne tudo o que podemos
evocar/declarar por meio de palavras (daí o termo
declarativa).
Memória
não-declarativa: Difere-se da memória declarativa porque esta não precisa ser
declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória usada para
procedimentos e habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola,
atar os cordões, lavar os dentes, ler um livro, etc. A memória não
declarativa também pode ser designada por memória implícita ou sem registo.
Distinguem-se, neste tipo de memória, dois
subsistemas: a memória episódica e a memória semântica;
Episódica: quando envolve eventos
datados, recordações (rosto de amigos pessoas famosas, músicas, fatos e
experiências pessoais)ou seja relacionados com o tempo. Usamos a memória
episódica, por exemplo, quando lembramos do ataque terrorista em 11 de Setembro
ou o primeiro dia de escola. A memória semântica é, portanto, uma memória
pessoal na qual que se manifesta uma relação íntima ente quem recorda e o que
se recorda.
Semântica: Abrange a memória do
significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao conhecimento geral
sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da química, fatos
históricos, etc. Neste tipo de memória não há localização no tempo (ao
contrário da memória episódica), não está associada a nenhum conhecimento, ação
ou fato especifico do passado. Por exemplo: 1+1 = 2 é um conhecimento em que
usas a memória semântica mas se associar-se a este raciocínio que quem me
ensinou a fazer contas foi a minha professora da primária este dado leva-me a
usar a memória episódica.
Processos de memória. ´
Se a memória
é a capacidade do cérebro em armazenar, reter e recordar a informação, então
são estes os três processos base de memória.
A codificação é a primeira operação da
memória. Prepara as informações sensoriais para serem armazenadas no cérebro.
Traduz os dados recebidos em códigos visuais, acústicos ou semânticos. Quando
queremos memorizar algo, agimos em função de uma aprendizagem deliberada que
nos exige mais atenção e, como tal, uma codificação mais profunda.
Depois de
codificada, a informação deve ser armazenada,
o que acontece por um período variável. Cada elemento de uma memória é guardado
em várias áreas cerebrais. O processo de
fixação é complexo e a informação que se armazena está sempre sujeito a
modificações, o que implica que, para que ela se mantenha estável e permanente,
seja necessário tempo.
A recuperação é, como o nome indica, a fase em que
recuperamos, recordamos, reproduzimos a informação anteriormente guardada.
Relacionar memória e esquecimento.
A memória é
seletiva e limitada na sua capacidade de armazenamento. Por isso, o
esquecimento é condição essencial ao normal funcionamento da memória.
Podemos definir esquecimento como a
incapacidade de recordar, de recuperar dados, informações, experiências que
foram memorizadas no passado. O esquecimento pode ser provisório ou definitivo.
Apesar de estar carregado de uma imagem negativa, o esquecimento é essencial.
Só continuamos, ao longo de toda a vida, a memorizar informação porque
conseguimos esquecer outra. O esquecimento tem uma função seletiva e
adaptativa, já que despreza a informação inútil e desnecessária e os conteúdos
conflituosos, impedindo um excesso de informação acumulado no cérebro que
bloquearia a captação de novos assuntos.
O
esquecimento está, normalmente, mais relacionado com a memória a longo prazo
uma vez que, na memória a curto prazo, o tempo de retenção da informação é
demasiado curto: esta ou passa para a memória a longo prazo ou é apagada.
Explicar
diferentes tipos de esquecimento: motivado, interferência das aprendizagens e
regressivo.
O esquecimento regressivo acontece quando há dificuldades
em apreender novas informações e relembrar conhecimentos, factos, nomes e
números recentes. É frequente ocorrer, maioritariamente, em pessoas mais idosas
devido à degenerescência dos tecidos cerebrais. Apesar disso, o envelhecimento
pode ser retardado com uma vida ativa, empenhada e equilibrada.
O esquecimento motivado aparece na sequência da teoria
do psiquismo humano de Freud. Assim, esquecemos o que, inconscientemente, nos
convém esquecer. De forma a assegurar o equilíbrio psicológico, o cérebro tende
a esquecer todos os conteúdos que possam ser traumatizantes, dolorosos
angustiantes, fenómeno a que chamamos recalcamento. Através deste mecanismo de
defesa, os conteúdos do inconsciente são impedidos de atingir a consciência,
diminuindo a incidência de momentos tensos provocados por conflitos internos.
O esquecimento por interferência das
aprendizagens explica-se pela interação das novas
memórias com as mais antigas. As memórias mais antigas não desaparecem, mas
sofrem alterações por efeito da transferência de aprendizagens e experiências
posteriores que as tornam irreconhecíveis.
Mariana lima
nº16
Sem comentários:
Enviar um comentário