A neotenia ("manter a juventude") designa o inacabamento biológico, no plano físico, tornando o ser humano
um ser neoténico.
A neotenia revela-se, por um lado, na manutenção
das caraterísticas juvenis (juvenilização)
na idade adulta, mesmo após atingir a maturidade sexual, dado que o Homem
envelhece sem estar completo, tendo apenas alguns pormenores ligeiros,
mantendo, por exemplo: forma oval do crânio e a cavidade occipital devido aos
genes.
Por outro lado, apresenta um crescimento
do cérebro lento (cerebralização)
o que permite maior flexibilidade e plasticidade[2], favorável
à aprendizagem, ao desenvolvimento intelectual e cerebral e à transmissão
cultural. A cerebralização ocorre porque o cérebro é grande, o que obriga à
antecipação do nascimento devido à fisiologia da mãe.
Consequentemente, o desenvolvimento continua após o nascimento, ou seja, o indivíduo
desenvolve-se lentamente, estando dependente dos adultos, durante muito tempo,
para lhe ensinar a comer, a falar, a andar... Dando origem à relação mãe-bebé que é reflexo da neotenia e da dependência
juvenil, mas que, na idade adulta, se reflete nas relações sociais e nos laços
afetivos.
Vantagens/Desvantagem
“A lentidão do desenvolvimento ontogenético é favorável à aptidão para aprender, ao desenvolvimento intelectual, à impregnação e, portanto, à transmissão cultural.”
Vários especialistas acreditam que a prematuridade e a neotenia são acompanhadas por inúmeras vantagens, isto é, a prematuridade possibilita o desenvolvimento de muitas capacidades e competências no contexto das interações sociais.
A aprendizagem é consequência da prematuridade e da neotenia. |
Uma vantagem é a plasticidade, levando o ser humano a ter capacidade cerebral de descobrir estratégias adequadas à vida e à resolução de problemas, garantido a evolução e o desenvolvimento.
A existência de um parto precoce permite que o programa genético seja aberto e que o Homem se torne um animal mais flexível e abundante em conhecimento do que se estivesse unicamente dependente dos instintos. Já que o Homem nunca ultrapassa o ser carácter neoténico, continuando inacabado, imperfeito e em constante aprendizagem.
A aprendizagem, ao longo de toda a vida, irá cumprir as tarefas que nos outros animais são hereditárias, tornando o processo de adaptação ao meio mais flexível. Contudo, leva à necessidade de produção de cultura, isto é, criar a sua própria adaptação que será transmitida de geração em geração.
A aprendizagem, ao longo de toda a vida, irá cumprir as tarefas que nos outros animais são hereditárias, tornando o processo de adaptação ao meio mais flexível. Contudo, leva à necessidade de produção de cultura, isto é, criar a sua própria adaptação que será transmitida de geração em geração.
Por outro lado, a infância tem uma duração interminável, uma vez que esta
é bastante longa, mantendo-se na fase adulta.
Conclusão
O inacabamento biológico do ser humano implica
um prolongamento da infância e da adolescência fundamental para o processo de
desenvolvimento e de adaptação que contribui para uma melhor aprendizagem da
sua cultura. No fundo, a prematuridade e a neotenia do Homem tornam-se essencial ao crescimento ao Homem, bem como o da espécie.
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